Até os meus 7 anos, fui um garoto normal. O problema é que quando completei oito anos, ganhei uma camisa do Ronaldinho,um dos melhores jogadores de futebol da época, mas diferente dos garotos normais, eu não pensei em vesti-la e me exibir na frente de Roberto, Marquinho e Julinho, e sim ir para o campo de golfe e me comunicar por fumaça, queimando a camisa. Ao voltar para minha casa, meu pai um fanático por futebol, não se conformou como um garoto da família Tajmet poderia não gostar de futebol e foi a que tudo começou...
Roger,meu pai resolveu me mostrar logo a mágica de seu esporte favorito, por isso sem nem pensar duas vezes, comprou dois ingressos para o jogo de domingo onde o Coríntias e o Palmeiras jogariam. Ele pulava de alegria, mas eu não estava nada empolgado.
Dois dias se passaram, era domingo a tarde, e para não perder o horário, papai resolveu chegar cinco horas adiantado. No estádio, a fila predominava o local, então “resolvemos” comprar camisetas, pipocas e refrigerantes. O tempo havia passado, até agora não era nada mau, mas 16:07 chegou e todos se precipitaram para suas cadeiras, era a emoção, todos gritando e cantando milhares de músicas, um gol do Coríntias e dois do Palmeiras, meu pai estava alarmado, quase chorando, quando de repente, seu time do coração fez mai um gol, empatando o jogo, e apertando o coração da arquibancada. Estava no último minuto, “meu” time estava prestes a fazer um gol, quando o apito do juiz soa nos ouvidos do Brasil e do mundo.
No caminho de volta para casa, acho que meu pai não sabia o que dizer, hora falava que não acreditava que havia sido empate, hora dizia que o jogo havia sido maravilhoso, e que agora tinha certeza que eu estava “amarrado” no esporte, mas pelo contrario, eu odiei aquilo, já na TV era sem graça, imagine ao vivo? Para que ficar correndo atrás de uma bola, que nem sentimentos tem?
No jantar eu não disse nada, na hora do banho, nem abri a boca, na “hora da história”, só disse para minha mãe “boa noite”, mas quando meu pai veio para me dar um beijo, eu tinha que me exprimir, seria muita covardia não contar a verdade, então acabei dizendo para ele que não tinha o mínimo interesse naquele jogo ridículo, e prefira bem mais jogar Banco Imobiliário. Meu pobre pai, estava chocado, alarmado e suas únicas palavras fora “boa noite, se você preferir, seja um fazedor de joguinhos de sociedade”. Ele estava muito bravo, mas nem liguei, pois no dia seguinte ele já tinha esquecido (eu acho) então sempre que passava jogos de futebol na televisão, ele pirava, torcia e pulava de alegria e tristeza mas eu não ligava.
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